9.13.2009

Transmutação


Abraça-me novamente dor conhecida,
é carnaval carnal na minha mente perdida.
Despe-te da fantasia insana de amor,
coloca tua roupa cotidiana de dor.

Disfarça-te de realidade por três dias
dizes que me amas, sofres em agonias
neste carnaval, mudo  e virtual
em que me embebes nas tuas noites de folias.

Pois decido mudar de cor, de olhos e de amor
parar de viver sem nada, sem migalha, sem cor,
viver com  minha alma refeita, íntegra, vivida

Esperar com ardor,  hora do sol se por,
se evadir de meus olhos a noite do teu amor,
e esperar a lilás cor da aurora de uma nova vida.

Mortalha luminosa de meu corpo



 O efeito de tua presença,
entristece-me, deixa-me tensa,
então penso no "não senso"
desta sensação imensa.

Cinza cor sem presença.
É fusca luz prateada refratada,
é baça, refletida na taça nunca bebida,
mas que mata minha sede, pervertida.

E me contento com migalha,
com "o que quer que o valha".
Por um sorriso, um olhar de narciso,
viro cambalhota, no fio da navalha!!!.

Então visto a mortalha chamada corpo.

A mortalha de meu sentimento,
negra veste do barqueiro sem porto,
parado, azul, triste e absorto,
enterrado vivo acreditando-se morto.

Mas que importa ?
A vida já me é morta há tanto,
afogada no já seco rio
chamado "Meu pranto".

Sobra então a ilusão doente,
essa fraca luz baça e fusca,
que ilumina a noite de meu ser,

 resignado, nada mais busca.

Quem sou eu

Minha foto
Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...