9.08.2009

Rogo por ti aos anjos do céu.


Evoco o poder das chamas,
por quem chamas e clamas
em alucinada agonia.

Não te pertenso, nem penso
este sentimenso imenso e tenso
que me sabota em letargia.

Me protejo e dou graças
pois não mais te vejo, me passas
não sinto mais tua mente vazia.

Acendo sete velas de cores,
para se estiveres perto, te fores
e não conheceres minha alquimia.

Me cubro de profundo azul,
para quando te voltares ao sul
não perceberes minha energia.

Pois teu destino comprado,
teve o cheque voltado,
será devolvido em agonia.

Mas te rogo perdão,
pois vejo em ti um irmão,
que se perdeu na magia.

Espero que te reconstruas,
que acabem tuas torturas
desta mente em entropia.

Te estendo a mão, meu irmão,
ainda bate em teu corção,
a luz, o amor e a harmonia.

Serei tua então, teu seio, esteio e irmão,
quem te segura forte pela mão,
na cruz, na luz e na escuridão,
enquanto tua alma não encontra o dia
(serei nesta estrada teu guia)

Apenas por um motivo: Amor.

Amor verdadeiro.




É à "la carte", não à quilo.
é arte, não "aquilo...",
não é Sartre, nem é Ésquilo,
talvez Bonaparte em triste exílio.
É escolha, é força e é auxílio.
É vivo e vívido, não fingido.
É santo, é sacro e é ungido.
É calmo, medido a cada palmo,
não sorvido, sugado e absorvido.
Não é fugas, volátil gás consumido,
é esperança, é espera sem ânsia,
é ressonância de almas em consoância,
é noite, é manhã, é tarde e é dia,
é certeza, não dúvida ou hipocrisia,
é algo que surge, urge e depois entra em acalmia,
não é acaso ao ocaso de cada dia,
não é sorte, é magia, é alquimia,
é sobretudo, paciência para que se realize a profecia.






Da profecia que toda mulher carrega em si, "...um dia encontrarás um homem que te amará, será tua alma gêmea, te fará princesa em teu reino cotidiano, aturará sem reclamar teu ritmo circadiano"
Morro esperando este dia profetizado, pois quero este amor encantado, lindo doce e tanto poetado.




Amar.



Amar...
Amar, as coisas
A vida, amar
As mulheres
Amar os homens
Amar,
As crianças
Amar, simplesmente
Amar
Mas não ser de ninguém

Amar intensamente,
Descaradamente,
Indecentemente.
Amar incoersívelmente.
Amar a todos e a toda gente.
De uma forma suave, docemente,
De uma forma clara e lealmente,
Amar todos, tudo,
Até o que não é gente,
Amar o mar, o ar e o sol poente
Amar, simplesmente
Amar
Mas não ser de ninguém.







Duo de Ana Lyra e Conchinha

Do crítico que não gosta de individualismo.





Me digas tu que és sábio,
que ja´vivestes mais que o mundo,
que és detentor de conhecimento profundo,
que comprastes toda a verdade do mundo,
por favor, em que ato, ou decreto abstrato,
ou quiçá delimitado em contrato,
ou em algum decrepto decreto,
abjeto e já casto,
onde estaria escrito
este conceito escasso,
que poesia não é individual,
que é coletivo inconsciente bacanal,
de letras sem traço pessoal.

Se me mostrares, me amputo de "Mim"
e quiçá a poesia que dizes que não existe, tenha fim.
Assim os críticos, tristes e satíricos sejam poupados
dos pessoais universos poetados.

A ti que me visitas em meu leito rarefeito.


Carreguei-te com todo cuidado dentro do peito
deitei-me com o coração cortado no meu frio leito,
 trazia-te imaginado,  lindo,  perfeito e distante,
 meu amor errante, Irascível , louco e dilacerante.

Não sei como dizer, contar,  narrar ao certo,
mas estavas ali:  lindo, concreto, ereto e perto,
meu lobo, meu homem, meu dragão, meu ser,
pronto para ter-me,  possuir-me, louco de querer.

Tua luz me invade, surgindo doce Marques de Sade do abismo,
me desvendas, me revelas, me penetras, pelo teu psiquismo,
termina a senda desta dor em fenda que arde e me afasta.

Acabastes com estas hastes de aço onde firmo meu ístimo,
Nada mais me afasta, nem me arrasta  ou  deixa-me casta,
nem o fim do mundo acabando em contundo irrisório cataclismo.

Quem sou eu

Minha foto
Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...