8.28.2009

Tu que me deixas...

Foi a primeira voz,
na primeira saudação,
que me brotou no coração,
me fez foz, vento, moção,
letras, voraz coração...

Meu forte, meu lorde,
minha impossível sorte,
meu dragão intocável do norte,
meu amor que vem além da morte.

Te vejo em luzidias
imagens escorregadias,
que não consigo alcançar,
me afundo quando mais tento
mais infeliz é todo intento
de te aproximar,
te vejo afastar, sem querer,
queria te agradar,
para não te perder,
mas vais e não vens,
me vejo sem ninguém
querendo disfarçar,
o sentimento de desdém
que me invade sem parar...

Cálice triste, sanguineo e tinto,
já nem vejo, nem pressinto,
apenas prescindo de ti...

Já nem te vais, pois não mais vens,
não sou ninguém e não te minto,
é verdade o que sinto,
embora não te pareça,
se transmute e para ti feneça,
verde alucinação,
trespassando meu coração
pedra sem emoção,
de açúcar no absinto.

Penso em ti não mais te sinto,
Porque que ainda me minto?
Não deixes ir meu amor,
minha cor, meu mundo futuro que pressinto,
e não prescindo, em ti...

Meu mestre

Meu amor amado,
sempre lindo,
sempre vindo,
nunca findo...
Acordar a noite
ao teu lado,
sonhos, lindos,
mundo realizado.
Meu mágico,meu dono,
meu povoador do sono,
meu ludo,
do nada me fazes tudo.
Sou tua, inteira,
tua de todas, escolhida,
sou tua mulher preferida.

Por ti falo,
me das voz,
me pões na foz
desse rio
Me tiras da alma o frio
És tu meu mago padrinho,
que me pões a andar no caminho...

Sou artista...

Sou artista, meu afeto é turista,
pois meu corpo altruista,
generoso em desejo.

Passeia, gorgeia,
te janta na ceia,
antes do cortejo,
por entre o espaço.

(De sobremesa, teu doce abraço?)


Não!!! Não te desfaço.
Eu digo o que faço
e faço porque tenho espaço.

(Posso deixar o meu traço?)

Faço, me entrelaço,
grito, não disfarço,
pois sou assim.
Tenho este compasso
em mim.

E somos assim,
incongruentes, enfim,
horários marcados para o fim...

Grande abraço, me despeço e te enrolo com um laço...
fino, frouxo e frágil, espero que sejas bem ágil...

Tempo

Tempo voraz movimento
inclemente nau de momento
de um em um empurra como vento
tempo tempo
constante do movimento
passa um passam mil
e tu sempre
com teu fornecimento
tempo traz junto
o envelhecimento
conhecimento
único e certo remédio
para o sorimento
alimenta tédio
o estagnado acontecimento
tempo
se feliz és rápido
veloz corrimento
se triste lerdo jumento
lesma lenta no sofrimento
tempo
tempo
potente gás
da fornalha do movimento.

coração agonizante

Redução reducionista,
corpo inerte na pista,
atropelado, estatelado,
cuspido escarrado,
coração atropelado...
nu, pelado, fadado,
estropiado,
coração picado,
auto-mutilado,
desnorteado,
fingindo de tingido,
de não dor,
de pecado,
mas ainda,
vivo, relutante,
esmagado,
esperançoso,
expectante,
atropelado...

Por ti meu amor mutilado, amputado, por mim,ser errante, errado...

Volta, desculpa, só um momento reluta, pensa e perdoa
a arguta, essa triste gruta que múltiplica o equivocado pecado de achar que não mereço estar a teu lado.Da-me de novo a mão, aceita meu coração louco, pouco e apaixonado... no meio da pista postado, sonhando em estar a seu lado...Meu lorde que foge do meu pecado: ter-te tido e não ter acreditado...

Hiroshima Pessoal

Tudo passa até a Hiroshima pessoal,
foi um fim, me desculpe, não foi por mal,
o mundo acabar em cogumelo fatal.

Psicodélico, irreal foi este o final,
imaginado, triste, surreal,
apocalipse pessoal.

Mas, calcinados por cogumelo fractal,
Os neurônios seqüelados passam mal,
vomitam incoerentes o veneno
vomitam os líquidos que lhes fazem mal.

Mas porque plantei entes demônios no teu quintal?
Plantei pensando que eram flores, mas não do mal...

Talvez

A languidez solstícia primaveril e sensual,
me invade com o vento, o sol e o sal,
ontem foi tormento, dia triste surreal,
hoje levou o vento a terra e o movimento,
para o mesmo porto, aportou novamente a nau.

Seria um novo início, propício e natural?
Ou apenas outro novo pricipício
negra fossa, fossa abissal

Te sinto, mas não mais pressinto,
um momento de conjunção carnal,
talvez se pare o vento
e no Brasil não tenha carnaval.

Talvez siga o lamento,
repetido tormento, rima banal,
talvez seja puro amor, ( meio estranho,
anormal).

Talvez, talvez, talvez...
eu deixe passar minha vez,
recupere de novo a cor da minha tez,
faça tudo, eu fale,eu me cale em bom português,
filosofe em alemão e até em francês,
Talvez quisá, talvez, acabem os porquês!!!!

Quem sou eu

Minha foto
Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...