10.31.2009

Sou nada

A vida se cala,
nada exala,
entala em minha língua,
a míngua de fala,
viajo sem mala,
pois nada tenho
nada detenho,
nem sei se vou,
ou se venho,
não sei se sou,
se tenho...

Morro a cada instante
vivo de arte diletante.
meu ar restante,
nem mais retenho...

Sinto que minha vida acaba,
vivo em estreita aba,
sinto que sou nada,
nem bruxa, nem fada,
sou fado de um coração,
que já morreu,
apaixonado...


Lembrança do passado...

 à espera dos dias que não vinhas
 o sonho se desfazendo em desejo distante
 conflitos errantes da alma
 uma foto de passaporte
um suporte de sonho sem calma.

Um destino pastado na palma,
um foto, flácida, uma oração,
naquele tempo,
viajou para longe meu coração.

 Uma visita a tua vida,
 minha vida à morte
uma balsa, um rio,
acreditava ter-te
sorte.
 Uma noite de frios
 não chão duro,
um momento sem futuro,
 com meu coração
 macio.

Humanos, simples insanos,
num longínquo passado de cio.

Ao amigo poeta

Atinge-me
homem sem rosto,
sublime gosto,
língua que canta.


Na tristeza, posta em beleza,
minha alma com certeza,
se encontra.

(Já li tantos que perdi a conta)

E cada vez quero mais,
Letras que se transformam em cais,
onde ancoro minha alma,
(triste, alijada, sem calma...)

Procuro na palma
uma razão,
uma linha na minha mão,
para que possa eu criar ilusão,
mas não existe.

Existe a certeza,
das letras em beleza,
que me encantam,
cantam melhor que eu
meu pranto.

Um sentimento santo
de admiração,
brota vertente,
verte de meu peito doente,
verte e conserva-se
casto, distante e coerente.


Um terno fraterno
sentimento de irmão.
Conservo, pois percebo
a importância das letras que bebo,
bálsamo para meu coração.

Que as vezes na sombria noite,
onde me invade o açoite
do desejo do fim,
vejo algo além de mim
uma vida escondida.

(Todo mundo tem ferida,
mas nem todos sabem cantar).

Um copo também pode conter água.
mas nunca conterá o mar.

As vezes me sinto sábia.
as vezes parece só lábia,
para me enrolar,
enganar, até meu tempo terminar.

Canso-me, nada mais pode me descansar,
anestesiada,
não sou nada,
só uma triste poesia a rimar...

Mas tenho um poeta que tenho apreço,
queria ser como ele, um terço,
para poder poetar,
rimar com métrica santa,
enrolar-me a noite em uma manta,
beber, sozinha fumar,
deixar fluir os pensamentos,
que habitam o éter, o ar,
e assim dar sentido,
e este meu destino sendido,
sobreviver, para criar meus filhos,
presa a estes lúdicos  trilhos,
que se chamam poetar.

E assim ler-me e achar-me pouco genial,
querer sempre fazer o melhor poema,
de mim, do meu dia brotado tema,
nascido  do meu peito, belo, rítmico perfeito
poema que surta efeito,
que traga o bem  e me afaste do mal...

Amigo poeta, essa poderia ser minha meta,
seria para mim um mundo mais normal,
sublime, puro, belo e firme,
como teus poemas de beleza descomunal.

10.29.2009

Os tempos


Prostrada no chão,
ergo minha mão,
conclamo a união,
com o céu,
para extermínio
da escuridão.

Peço a Deus, por tudo, perdão!
Purifico, clarifico meu coração.

Me livro do pecado,
da carne encarnado.

Nego-me o negro lado.
Sinto-me ao fim, conclamado.

Toca a primeira trombeta,
a porta é fina, estreita.

A escolha tem de ser feita,
não com "ficar parado",
tem-se que escolher o lado.

Escolho o amor, o sagrado,
meu corpo ao mal é fechado.

Meu espírito pelo anjo,
é chamado, "o tempo já é chegado".

Só os de puro coração sobreviverão,
verão a luz que dissipa a escuridão.

Depois dela vem o silêncio,
é isto que ouço,
é isto que penso.

O mundo é vasto imenso,
o momento gasto é tenso.

Portanto meu irmão,
dê-me a mão
e juntos enfrentaremos as trevas
constituiremos regras,
exterminaremos a escuridão.

Iremos com calma,
com firmeza na alma,
armados com clareza na mão,
coroados com beleza no coração,
armados com amor de irmão.

Assim venceremos,
sobreviveremos,
com poesia e amor
construiremos
uma nova dimensão.

Onde só exista, paz, amor e união.

Anjo de LUZ


Anjo de luz onde estás?
Me salva, não deixa-me para trás.
traze-me a paz,
traze-me o amor,
anjo de luz,
afasta-me do mal,
anjo de luz
desfaz o desejo,
o pecado carnal,
anjo de luz,
me envolve,
me cobre com teu capuz,
dá-me a paz de espírito,
faz com que ecoe teu grito
ergue-nos aos céus,
dissipa estes negros véus
que estão acima,
traga nos nova luz,
que refaz e reluz,
faz que cada língua,
não fique a míngua,
que se cante aos quatro ventos
canto de perdão para afastar o sofrimento,
canto de amor que acabe com a dor e o tormento,
canto de paz que harmonia traz
canto de louvor que esparge amor.
Anjo de luz nos enche de emoção
Anjo de luz purifica o coração,
Anjo de luz me confere o perdão
Anjo de luz me carrega pela mão,
estou na luz, temendo a escuridão.

Pois sou filha da luz,
cujo pai é filho e espírito em santa missão.

Ser luz

u sou luz,
luz que extermina a escuridão,
luz que elimina
esta dor no coração,
que nem vejo nem sei
só sinto,
dor que antevejo,
com a mente,
pressinto.

Sou luz que dissipa-se
em verde planície
sou luz que penetra
além da superfície,
sou luz que desinfeta
o intelecto,
sou luz que induz
ao rumo, erecto,
Sou luz que ilumina
o prumo que vem acima,
sou luz que viaja
se refrata,
e não extermina,
luz que ilumina,
louca dança e fascina,
sou luz que se reproduz
e dissemina.
Sou luz em facho,
que ergue o homem
cabisbaixo
sou luz que seduz
o inseto e fatal facho,
sou luz enviada
por uma mão iluminada,
sou luz,
apenas luz,
em tua pupila dilatada,
necessito ser luz,
precipito o pus,
que brota em cada grota
cada recanto sem encanto,
em cada gota, cada pranto,
em vazio peito sem acalanto,
necessito ser luz,
por tudo e para tanto,
serei sempre luz,
envolvendo em poético manto.

Acorda!!!

Acorda!!!!
Chega de viver na borda
de olhar de fora o espetáculo,
chega de criar obstáculo.

Reune tua orda,
chama teu filho,
vai pular corda,
cantar alto um estribilho.


Desperta,
deixa a porta aberta
do teu coração,
inventa na hora uma canção.


Cantarola,
desenrola a tristesa
presa no teu pé,
adoça teu café,
"de amarga ja te bastava a vida"


Abra seu peito,
olha este mundo perfeito,
cheio de cor e luz,
tira do olho o capuz,
deságua tua mágoa no rio,
deixa para o mar levar,
tudo que não seja o verbo amar...

Libera teu coração,
seja louco e sem noção,
ame o vento e cada irmão,
abraça teu mundo,
num gesto profundo

Te larga,
vá para ´"Passárgada"
Seja amigo do Rei,
lá serei feliz, eu sei!!!



Tua namorada

cordo aturdida na madrugada,
te procuro, no escuro,
(sou a tua namorada.)

Te procuro, no mundo, no universo,
num verso, num grande buraco escuro
no meu peito,
sozinha em meu leito
sou nada...nada!!!!

Varo as letras,
intercepto cometas,
Sequestro versos em letras pretas,
te espero, parada,
prostrada, sonada...

(Sou tua namorada?)

Me pergunto,
não tenho outro assunto,
me tateio, me unto,
e nada.

(Tu já tem outra,
louca insana,
namorada?)

Acordei aturdida,
perdida,
sou a preferida?
Ou preferência perdida?
I.D.deletada?

(um dia fui eu tua namorada?)

Sou eu tua suada,
imagem espelhada,
da tua vida,
requintada?

No fim da fila,
seria um dia,
real, realidade,
vivida, sentida,
amada?

Sou eu
tua tão esperada,
princesa, por ti
inventada?

Resgatando tua sexualidade,
anestesiada?

(Adoro ser tua namorada...)

Tens minha vida,
minha arte, minha vinda,
minha parte nunca finda,
imensa e imaculada,
presença,
onde a crença
que um dia serei por ti
eternamente amada,
linda e paciente,
de ti meu imponente
expoente de palavra cantada

Derreto-me inteira
em minha memória,
fractada,
em fractal pensamento na madrugada...

No meu leito sozinha,
aguardando-te inteira,
feito Helena tecendo,
imaculada.

Sofrendo, desmanchando,
re-tecendo,
a cada dia que sou não sendo
de ti Odisseu,
em Ilíada,
paixão
desventurada.

(Pequena Helena,
por ti enfeitiçada)

Sem ti, meu épico Herói,
não sou nada,
sou tristeza que corrói,
(alma presa a ti e a madrugada).

Sou tua expectante, alma errante,
a única identidade
que restou.
A musa que morreu
e te inspirou,
suspirou,
e faleceu,
num último verso teu,
que a ela dedicou.

(Sinto-me quase nada
uma sombra inventada,
refratada no ecram
da madrugada...)


Ainda bem que ainda sou a tua,
de bom senso ainda nua,
namorada!!!!

Sou criança


ou criança, tenho confiança,
me encho de esperança,
no que dizem-me acredito,
(velho hábito maldito).

Fico a porta esperando a mãe chegar,
tenho mil histórias para contar.

Falo tanto que até irrito,
me atrapalho, quando falho,
fico com coração aflito,
as vezes me corto, me retalho,
então levo um ralho,
choro triste, até grito.

Mas esqueço, permaneço,
acredito,
perdôo, louca vôo,
nado, pedalo,
corda pulo,
puro o muro,
fecho os olhos
e estou no escuro...


Me dispo sem pudor,
e sem pecado,
já não sinto mais calor,
(tinha-te a meu lado
a correr a todo vapor).

Sou criança com confiança,
falei de mim, de esperança
me abri, rasguei-me a pança,
me prendi inteira, sem fiança.

E me sinto extripada,
uma imagem enviada
sem querer,
um mensagem, enganada,
fui escrever, e imagina!!!
Uma imagem desatina,
(quase não pude te ver...)

Mas é mesmo assim,
acredito no papai Noel até o fim,
(se quiseres e me pedires,
dou-te até meu rim).

Sou criança e a confiança,
se refaz a cada dia.

(De-me uma bala de tua poesia,
que me refaço em alegria.)

Sou criança, de trança correndo de calcinha,
me escondo atrás do muro da vizinha,
se deres-me esta bala,
fico muda caladinha,
leio embaixo la da mesa da cozinha...

Sou moleca, levada da breca,
mas sou boazinha.

Sou criança, só perco a confiança,
na miragem, sem mensagem, na tardinha...

Verdade, maldita verdade!!!

Porque me persegues?
Desgraçada,
inquieta, irritante e prepotente?
Porque me arrasas?
Me abrasas?
Me tiras o sorriso,
contente?
Porque não te calas,
Me falas?
(sempre!!!!!)
Todas as coisas dormentes?
Porque tens esta mania impertinente,
de me tornar onisciente
cônscia e ciente?
Desde a infância,
me impregnas com tua fragância,
me sorris,
com tua cara de sã e inocente.
Sempre mais cedo ou mais tarde
te revelas,
desvelas as pequenas nuances,
(inconsequente!!!).
Por que me tomas?
Me atropelas e me abandonas?
(prostrada na pista,
exsangue, chocada e inconsciente)

VERDADE, cruel verdade,
que sempre aflora,
me deflora,
estupra,
desvirgina,
me amputa,
o sonho de não saber-te
e viver em doce delírio,
(inexistente e inocente).

Preferia não saber-te
e inventar-te a cada dia,
(lúdica e docemente).
Mas proeminente,
és tu verdade,
que me arrasas,
me abrasas,
sepulta minhas brasas,
que o sonho em fogo me acende,

Depois vens e mata,
sepultas, aviltas,
quando te avultas,
e exterminas,
assassinas,
mais um tentativa
de'u viver e acreditar em toda gente.

Anjo de luz

Anjo de luz onde estás?
Me salva, não deixa-me para trás.
traze-me a paz,
traze-me o amor,
anjo de luz,
afasta-me do mal,
anjo de luz
desfaz o desejo,
o pecado carnal,
anjo de luz,
me envolve,
me cobre com teu capuz,
dá-me a paz de espírito,
faz com que ecoe teu grito
ergue-nos aos céus,
dissipa estes negros véus
que estão acima,
traga nos nova luz,
que refaz e reluz,
faz que cada língua,
não fique a míngua,
que se cante aos quatro ventos
canto de perdão para afastar o sofrimento,
canto de amor que acabe com a dor e o tormento,
canto de paz que harmonia traz
canto de louvor que esparge amor.
Anjo de luz nos enche de emoção
Anjo de luz purifica o coração,
Anjo de luz me confere o perdão
Anjo de luz me carrega pela mão,
estou na luz, temendo a escuridão.

Pois sou filha da luz,
cujo pai é filho e espírito em santa missão.

Os tempos


Prostrada no chão,
ergo minha mão,
conclamo a união,
com o céu,
para extermínio
da escuridão.

Peço a Deus por tudo perdão,
purifico, clarifico meu coração.

Me livro do pecado,
da carne encarnado.

Nego-me o negro lado.
sinto-me ao fim conclamado.

Toca a primeira trombeta,
a porta é fina, estreita.

A escolha tem de ser feita,
não com ficar parado,
tem-se que escolher o lado.

Escolho o amor o sagrado,
meu corpo ao mal é fechado.

Meu espírito pelo anjo
é chamado, "o tempo já é chegado".

Só os de puro coração sobreviverão,
verão a luz que dissipa a escuridão.

Depois dela vem o silêncio,
é isto que ouço,
é isto que penso.

O mundo é vasto imenso,
o momento gasto é tenso.

Portanto meu irmão,
dê-me a mão
e juntos enfrentaremos as trevas
constituiremos regras,
exterminaremos a escuridão.

Iremos com calma,
com firmeza na alma,
armados com clareza na mão,
coroados com beleza no coração,
armados com amor de irmão.

Assim venceremos,
sobreviveremos,
com poesia e amor
construiremos
uma nova dimensão.

Onde só exista, paz, amor e união.

Ser luz

Sou luz,
luz que extermina a escuridão,
luz que elimina
esta dor no coração,
que nem vejo nem sei
só sinto,
dor que antevejo,
com a mente,
pressinto.

Sou luz que dissipa-se
em verde planície
sou luz que penetra
além da superfície,
sou luz que desinfeta
o intelecto,
sou luz que induz
ao rumo, erecto,
Sou luz que ilumina
o prumo que vem acima,
sou luz que viaja
se refrata,
e não extermina,
luz que ilumina,
louca dança e fascina,
sou luz que se reproduz
e dissemina.
Sou luz em facho,
que ergue o homem
cabisbaixo
sou luz que seduz
o inseto e fatal facho,
sou luz enviada
por uma mão iluminada,
sou luz,
apenas luz,
em tua pupila dilatada,
necessito ser luz,
precipito o pus,
que brota em cada grota
cada recanto sem encanto,
em cada gota, cada pranto,
em vazio peito sem acalanto,
necessito ser luz,
por tudo e para tanto,
serei sempre luz,
envolvendo em poético manto.

10.25.2009

Meu mundo fantástico, universo elástico

No castelo de cristal da utopia,
a noite é noite, o dia é dia,
desfaço-me em fractais luzes luzidias,
encadeadas pelas atemporais agonias.

A busca incessante de sentimento distante
vestido de luz, guerra e cruz, bordado magia
sou feiticeira, única, guerreira e restante
que grito encantos, seco os prantos com poesia.

Meu mundo é distante, lindo verdejante,
feito de luz, cristal, amor e harmonia,
mas perdida estou neste mundo restante.

Aguardo, não guardo mágoa, sou viajante,
de nau errante, perdida, sem semelhante
neste mar vibrante, ondulante de mágoa e fantasia.

Resposta muda em mim.


As palavras fogem,
fogem de mim,
não digo nada
cheguei ao fim.

As palavras morrem
dentro de mim
não sou nada
nem flor, nem amor
nem jardim...

As palavras voltam e se revoltam contra mim.

Sou nada,
um pedaço triste
do laço
de amor
que tens por mim.

Um abraço solitário,
imaginário,
dado por teus olhos
que me olham
dentro de mim.

Viver sem ti...


rocuro em vão, um gesto , uma luz, um amor de irmão,
um coração, um resto, uma cruz, uma dor, um tostão,
procuro em vão, o resto de uma gesto,
uma luz na cruz,
um amor sem dor
(sinto-me órfão e sem irmão,
não valendo mais que um tostão).

Procuro em vão,
teus olhos a meio a fumaça da multidão.
Meus olhos olham em vão,
torno-me fumaça, cegando meu corpo,
que te procura em vão.

Procuro um vão,
para entrar uma luz
o amor que sinto,
e não está nesta multidão.

Procuro em vão,
por teus olhos,
perdidos dentro de mim,
e eu no meio da fumaça,
e da multidão...
viver sem ti, é viver em vão...



ANA LYRA

Momentos onde sentimo-nos imensamente sós e vagando em vão na esfumaçada escuridão do barulhento silêncio que não me diz nada, imersa numa amorfa da multidão...

Poema comentário a uma amiga de sentimento visionário


Viva este novo momento,
acabou-se o sofrimento!!!
persiga esta meta,
a vitória a ti é certa.

Viva respira este sonho,
veja o fim do viver enfadonho,
não viverás mais em dor,
viverás de poesia e amor.

Neste poema rítmico como canção
iluminas, confirmas tua voz do coração
por isso a ti vaticino sem medo.

Não será tudo isto engano ledo,
será um linda e verde realidade,
que cura a secura de viver sem felicidade.





ANA LYRA


Este poema veio secundário a leitura do poema "O novo momento" de Lila Marques e posto ele a pedido desta irmã de rima que admiro imensamente. Grande abraço cara colega.

Este mundo mágico


Este mundo mágico me permeia,
me guia, me torna,
me tece, me fia,
este mundo iluminado
por luz etérea e fugidia,
mundo antes de noite,
agora sol fulgurante
em pleno meio-dia.

Este fim do fim trágico,
definido pelo sopro mágico
do espírito desta estrela guia.

Este começo plástico,
estético, drástico e ético
que me põe a fazer escolhas em agonia.

Mas da-me, chão, puxa-me pela mão
torna-me são e transformando-me em alegria.

Mundo, mundo mágico lindo e profundo,
trazes-me deste outro mundo,
um mágico capuz, uma vida sem cruz,
uma amiga que em espelho me traduz,
acompanhando-me em sonho, luz,
encontro destino e alegria.



ANA LYRA


Aluzão a este mundo mágico que vivemos, conduzimos e muitas vezes não percebemos, nos perdemos, perdidos em tristeza e agonia, mas este mesmo universo, bordado de rima e verso, também nos conduz a uma felicidade terna bela e eterna construída a cada dia.

10.16.2009

Amor cansado...

Tão triste, que até  desiste, te amar doeu,
deu um susupiro, disse "até" depois morreu,
tentei ainda com fé, reanimar mas não deu
 indo e vindo que nem maré, um dia se perdeu.

foi o amor, que suspirou, ao acaso e morreu
foi a dor, que expirou o prazo do Prometeu
foi a cor, que mudou, no caso, o olho teu

mas como renda esta senda se rompeu
mas com fenda esta moenda me moeu

Digo com calma, com alma que não fui eu,
foi a salva de palma de uma platéia que me escolheu

Não fiz nada, era namorada de um homem ateu
desacreditada, mal amada, não é amor, é só "meu"

Possessiva possessão que nos perdeu
obssessiva obsesção que nos comeu

Já é a hora, vou-me embora, amor de Romeu,
pois agora, tomo veneno, canto com  dor de Orfeu

 Coração triste, desci ao ades, mas ja partias, partida eu,
 não mais existe, com sabes, alegrias, morria eu...

Adeus aos olhos teus, amores meus, que te enganaram
foram ferrolhos teus que no teu ciúme me aprisionaram...

Viramos pós, não somos mais nós, moidos por mós
não tenho nome, mudei pronome e a dor não some...

Melhor separados,
temos nossos lados,
humanos, errados,
incopreendidos.

Amores alados,
desenfreados,
mal tratados,
findos e ofendidos....

Que pena, min'nha alma pequena ainda me diz que valeu apena,
parto serena mal comprendida, sigo triste a minha vida...
pequena...

10.15.2009

Amar um amor.


Esta luz fascinante deste teu olhar distante,
esquenta minha alma errante e com frio,
Este brilho de estrela distante
me deixa delirante, acende meu pavio.

Esta expectativa louca e vibrante
de ver esta estrela fascinante,
desviando por mim um curso de rio
me faz trapezista, artista
me tece fio-a-fio.

Preenche meu corpo vazio,
aquece minha alma, da calma
me afasta da vida casta e com frio.
Derrete meu corpo, quase morto,
que ainda não caiu.

Quero ser tua, nua sem véu,
iluminar como lua teu céu,
dar-te na boca candura,
eliminar teu fél...

Sou eu loucura,
a cura, que procura,
a frescura de um amor
com sabor de "meu" e de mel.

Autobiografia poética


O destino...ele...bate a porta,
eu jogada quase morta,
quase não o atendi,
perdida estava eu quando na porta ouvi:

- Atenção, fique desperta!!!
"precisa-se de poeta"

Poeta eu?
Poema, meu?
Será que seria eu uma poetisa?
pensei que só aposentada profetisa,
mas não,
não e não...
Gritou uma luz lilás em meu coração.
És tu sim!
Existe uma poesia em "mim"?

Existe, insiste, não desiste,
solta a tua voz,
olha que lindo este lúdico rio em foz.
Chamada poesia em mim,
vestida de noite,
pintada de carmim
que louca grita,
desesperada, irada ecoa,
palavras escritas, da alma que voa,
a cada verso de Fernando Pessoa
a cada soneto
do triste do solitário gueto
de Florbela Espanca,
espelhado, cuspido e escarrado
em uma uma folha branca,
me derrama, me chama
me chora, me coa,
tirando de mim a tristeza
que quase já brota atoa,
talvez não seja engano ledo,
ler Alvarez de Azevedo,
tira-me da rima o medo,
entranha-me esta métrica estranha,
e saio falando em rima,
Queria eu ser Peçanha,
dominar esta louca sanha,
correndo, vivendo, rimando, querendo
galopando, sacudindo minha crina,
fazendo da vida um mundo de rima,
bebendo da fonte,
da planice ou do alto do monte,
do campo, ou da cidade...
lembro-me de Osvald de Andrade,
poeta da modernidade,
quase me enlouquece,
com sua beleza que não fenece,
bebo tudo, do mundo torno-me surdo,
me embreago,
tomo tudo de um mesmo trago.
Acendo um maço e trago um traço,
de vinícius de Moraes,
o poeta que morreu em paz,
que cantou as belezas de portos
de mares, de mortos e de cais,
de mulheres da vida,
de Deus e de reles mortais,
de amores, de guerra e de paz.
E assim, com um pouco disto tudo,
montou-se este conteúdo,
com mais uma pitada de vida,
triste, solítária e sofrida,
nasceu a poesia em mim,
que espero que seja eterna,
bruta, alucinada, sensata e terna,
minha poesia interna,
de cores de lua e carmim,
espero que nunca tenha fim.
Poesia transformadora de "mim".





Foi assim que depois de algumas ( muitas ) primaveras, nasceu a poesia em mim, espero que nunca tenha fim, espero que seja boa, rezo sempre peço a Fernando Pessoa, a Boudelair, A Peçanha, pedindo a inspiração a todos que se arvoram nessa façanha, fazer da poesia uma terapia e levar a vida numa boa, viver de vento e de ar, ter tudo em meu Poetar.

Afeiticeria do tempo e o dragão

Ainda cambaleante,
o peito oco vazio
coração distante,
corpo com frio...

Ergueu-se e decidiu:
-Irei lutar,
correr voar,
perseguirei
este dragão
estelar,
por terra, fogo, água e ar.

Sentia sensações estranhas,
com líquido mágico
penetrando as entranhas
bebido da ampulheta,
vestiu então sua manta preta.

- Ninfas corram, me socorram,
ele não pode fugir,
o tempo não pode parar de fluir,
rápido, temos que agir.

Então deram-se as mãos
uniram suas emoções,
entoaram hinos pagãos,
juntaram seus corações.

Então formou-se a visão,
o dragão entrando em um mundo material,
sem magia, com um pouco de bem e muito de mal.

Estava ele em forma de humano
escondido com olhar insano,
ardiloso esperando o poder pleno,
angustiado, nada sereno...

Onde será que é este lugar,
em que quadrante estelar,
se ainda tivéssemos
os cristais para vibrar...

Então inteligência,
ninfa ativa útil
em qualquer contingência,
disse:
-Mestra irei pensar,
uma solução irei encontrar,
saberemos em primeira mão,
onde se esconde ardiloso dragão.

Então ela e a ninfa Amor
pegaram os cristais de cor,
colocaram sobre o chão,
formando um coração de dragão.

E pensaram, vibraram, irradiaram,
um coração vivo formaram,
ainda impregado com a energia do dragão,
e formou-se uma imagem então...

segue...

Confio em ti.


Esta calma, que ao confiar em ti, me invade,
deixa-me à deriva, sorridente, confiante e crente
em tua grande e singular capacidade.

Esta placidez tônica, certa, reta e lacônica,
torna-me simplesmente sol em passiva primaveril tarde.

Tua lucidez agônica, loucura crônica
de fingir não saber o que já se sabe.

Faz-me crer que está para acontecer,
tudo o que o destino quiser tecer,
(só espero que não pelas mãos do Marquês de Sade!!!)

viver sem ti


Procuro em vão, um gesto , uma luz, um amor de irmão,
um coração, um resto, uma cruz, uma dor, um tostão,
procuro em vão, o resto de uma gesto,
uma luz na cruz,
um amor sem dor
(sinto-me órfão e sem irmão,
não valendo mais que um tostão).

Procuro em vão,
teus olhos a meio a fumaça da multidão.
Meus olhos olham em vão,
torno-me fumaça, cegando meu corpo,
que te procura em vão.

Procuro um vão,
para entrar uma luz
o amor que sinto,
e não está nesta multidão.

Procuro em vão,
por teus olhos,
perdidos dentro de mim,
e eu no meio da fumaça,
e da multidão...
viver sem ti, é viver em vão...






Momentos onde sentimo-nos imensamente sós e vagando em vão na esfumaçada escuridão do barulhento silêncio que não me diz nada, imersa numa amorfa da multidão...

Resposta muda em mim.


As palavras fogem,
fogem de mim,
não digo nada
cheguei ao fim.

As palavras morrem
dentro de mim
não sou nada
nem flor, nem amor
nem jardim...

As palavras voltam e se revoltam contra mim.

Sou nada,
um pedaço triste
do laço
de amor
que tens por mim.

Um abraço solitário,
imaginário,
dado por teus olhos
que me olham
dentro de mim.

Meu mundo fantástico, universo elástico

No castelo de cristal da utopia,
a noite é noite, o dia é dia,
desfaço-me em fractais luzes luzidias,
encadeadas pelas atemporais agonias.

A busca incessante de sentimento distante
vestido de luz, guerra e cruz, bordado magia
sou feiticeira, única, guerreira e restante
que grito encantos, seco os prantos com poesia.

Meu mundo é distante, lindo verdejante,
feito de luz, cristal, amor e harmonia,
mas perdida estou neste mundo restante.

Aguardo, não guardo mágoa, sou viajante,
de nau errante, perdida, sem semelhante
neste mar vibrante, ondulante de mágoa e fantasia.


O universo conspira

 universo sussurra,
graças a Deus sou pura,
e consigo escutar.
O universo sussurra
empurra-me ao exato lugar.
Sussurra suavemente,
planta em mim a semente,
faz-me navegar.
Dize-me ao ouvido
o reto caminho,
com ele me alinho,
ouvindo as vozes no ar.
O universo torna-me verso
faz-me poetar,
Assinala fortemente
o destino,
tardio e até vesprtino,
mas que permite-me respirar,
sou feiticeira do tempo,
vejo de longe tormento,
que será que o Dragão
irá tramar?

O dragão pensa...


ala consigo mesmo o dragão...

...

Será ela a rendição?
ou a perdiçao?
Cantará ela amor ou maldição,
porque sinto isto em meu coração,
vil, mal, enganador,
tão típico de dragão.

Como pode sendo ela pureza,
ser de mágica beleza,
carregar no peito meu coração?
( vil negro, típico de Dragão)

Como posso estar sentindo
esta singeleza surgindo
além da minha fortaleza
de pixels e perdição?
Este meu vil coração de Dragão.

Que se passa?
O tempo estagnado não passa,
espero meu ápice de poder em vão.

Será que é este corpo,
pálido, tristonho,
quase morto,
corpo de homem,
alma de dragão?

Que farei eu então?
potencilizarei esta humana ilusão?
salvar-me-ei deste sentimento,
que transforma meu coração?

Sou eu o vil Rei Dragão,
que magestoso reino
no reino da escuridão.

Este sentimento me contesta,
entra por uma fresta,
uma luz que refresca
meu incandescente coração.

Há de haver no mundo,
explicação para este sentimento
profundo,
este lamento, lamuriento
e imundo,
que me faz não querer ser mais
dragão, apenas coração.

Pensamentos que não somem,
que povoam este meu corpo de homem,
questinando meu instinto de dragão?

Que há nesta feiticeira,
fada disfarçada de guerreira,
perdida, muda no meio da escuridão.

( Coloca o Dragão a mão no peito,
sente o coração rarefeito,
pulsando em transmutação
aguarda o momento perfeito,
para tirá-lo do peito
e voltar a ser negro
dragão.)

segue...


ANA LYRA

Estaria a se modificar o dragão? Ou seriam apenas
confusos sentimentos em ebulição, ou apenas sentimentos da matéria, emanando energia etéra
além da sua negra visão?

Tempo


Tempo,tempo,
séculos, séculos...
Fugaz momento,
tudo, tudo é tempo...
Energia despendida
é movimento,
movido ao longo do tempo.
Relativo,
ao sentimento,
se quero muito, lento,
se sofrimento,
não passa,
não passa o tempo.
Se alegria,
volátil gás
que se consome
em um momento.
Tempo, tempo,
transformador,
me muda por dentro,
por fora,
torna-me sorvimento,
tempo,
é o que me cura,
e me torna ser
em movimento.
É a vertente que empurra
o presente,
tornando passado
e o futuro...
apenas um furo
que espio
pelo meu olho,
que vejo em "flashs"
lindo e feliz,
sem sofrimento...

(As vezes sonha-lo é meu único sustento)

Do mimetismo métrico.

Métrica que ressoa em mi´nha alma, insana
apenas me estranha final triste, algo constrito,
de sussurro se transforma, alto brado, quase grito
que em mim ressoa , lembra Pessoa, me inflama.

Ler-te imortaliza , facilita , alisa-me a mente
etérea, mobilizo-me, viajo, tal espírito errante,
tranformo-me em satélite reflectindo brilho distante
iluminada por tua métrica, estética, palavra fluente.

E assim deságuo-me em palavra forte, louca, sonante
minha vida, vida sem graça, se afasta do doente tempo
tranforma-se em graça, dando graças a musa radiante.

Sussurrando palavras lidas, contidas em minha mente,
sei que não sou musa, talvez intrusa , sem sentimento,
mas amo as batalhas que travas em fonético poente.

Ciúme


Sinto-me amordaçada, triste, toldada de liberdade,
mão cala-me a boca, ja quase rouca, choro a verdade,
sinto-me proibida, muda, tolhida de livre expressão.
Todos são amantes, delirantes, nem amigo nem irmão?

Decido, calo-me, silente, temerosa, muda fico,
Calo minha rima,que vem de cima em rimado grito?
Pois amo! E mesmo com ciume insano, louco, suporto,
mas que culpa tenho se em rima alcanço, mentes aporto?

Juro-te solenemente: Amo-te aguda e sinceramente!
Não julgues-me por leviana, vil, vulgar e profana,
pois sou tua, inteira tua, a luz da lua, diariamente.

Espero-te paciente, calada, nua de pretendente,
mas fico, triste sozinha, muda, átona e insana
solitária, perdida, triste da vida, com sede de gente.

10.05.2009

O dragão fala....

Que me falta então,
já recuperei o coração,
já re-traceui o destino,
sou independente dragão vespertino

Vou livre e escolho,
sou eu mesmo meu molho,
meu vinho, meu tinto
amor que pressinto.

E me recupero,
deste sofrimento
traidor sincero,
que fecha-me a porta.

Amor é lingua morta
latim de boca torta,
triste falência,
lúgubre demência

que emburrece,
que enrubece
de desfalece
a dignidade.

Sou Rei Dragão,
tenho meu mundo em minha mão
gesto meu tempo
no coração.

Fico perdido ao vento,
louco atolodo am auto-comiseração.


Não, não e  não
Sou pássaro, lagarto,
e norte,
sou criado de boa sorte,
sobrevivo a morte
de a falta de noção.

Vivo com pouca memória,
meu coração que guarda história
de princesa de bom corção...
segue

consolo a uma mãe inconsolável

Ei! Triste senhora,
envolta em manto de pranto,
em tão triste hora
que má sorte lhe valeu.

Estava eu no exato momento
que teu vívido rebento,
suspirou e feneceu.

Quando não havia mais cor,
vi se esvaindo o amor,
que de ti emanado,o concebeu.

Escute, te desconheço,
mas não te assuste,
pois estava desde o começo,
da desgraça que lhe acometeu.

Mas ainda em mim pulsa,
a força encadeada, não avulsa,
que seu filho me remeteu.

Sei que nunca mais lhe abraçará,
nem lhe encherá de puro amor,
este seu filho que agora no céu floresceu.

Mas escute, nem que pouca luz resulte
o que a dizer-lhe tenho eu:

Do mundo foi triste dolo,
mas resta o consolo
deste anjo que recém em outro mundo
nasceu.

Aqui neste mundo parece perdida
mais uma amputada vida,
que nem ao menos lhe conheceu.

Mas pense que quanta lágrima
triste e perdida
não mais será vertida,
depois desta partida
deste filho querido seu.

Em cada órgão que doou
uma mãe consolou,
e outro filho não se perdeu.

Por isso que ele não sofreu,
apenas voou e concebeu,
vidas multiplicadas
por células doadas.
Veja quanta vida dele nasceu!

Por isso a alma do teu filho sorria,
no momento que partia
transmitia vida nova e sadia
para filhos assim como o seu.

Por isso olhes para o céu,
te cubras de brilho, não mais de fél
pois teu filho já sofreu, expiou,
e generoso não morreu.

Agora é anjo voando no firmamento
sorrindo a cada momento
que respira outro filho
com um órgão seu.

E tu és mãe brilhante
deste teu filho, da vida amante,
transbordante de amor
por seres que nem conheceu.

Abraço-lhe com todo meu coração,
tenho em seu filho um irmão,
também tenho orgãos em doação,

Assim mesmo depois de morta,
deixo aberta esta porta,
para curar outro irmão.

Que pulse sempre o amor,
meu coração está em dor,
por ti em comiseração
e por teu filho,
em consideração.

10.01.2009

Meu nome?


Nome? Qual meu nome?
Tu que me chamas quando a calma consome?
como me denominas?
Tu que me amas e a todas as meninas,
poetisas, atrizes, felizes
ou com pequenos defeitos, deslizes...
Tu que me olhas e vês além,
eu que me finjo de ninguém
para não me entorpecer,
tu que és sem ser,
nem sabes, nem imaginas,
que sabres ou espadas assassinas,
vivo sempre a te proteger.
Sou tua anja amada,
Sou apenas uma mulher apaixonada,
que aceita incondicionalmente,
ser tua mesmo apenas no breve sol poente,
mesmo impossível sentimento incoerente,
mesmo por um único momento,
terno e eternamente.
Tua só tua, vestida de noite,
adornada de lua,
com a alma nua,
eterna, desvendada sincera e tua,
sou eu aqui,
sem nome,
sem nada, com fome,
de ti...

Andando perdida no meio da tua rua,
despida de mim,
sempre vestida de fim,
mas eternamente tua, só tua...
louca, mouca de lucidez e semi-nua,
vestida apenas de insensatez...

Quem sou eu

Minha foto
Eu sou o fio que liga os pensamentos... o cio dos momentos de afeto... sou o furo no teto... que deixa ver as estrelas... sou a última... não as primeiras... fico no fim da sala... acalmando a alma... que não cala... silenciosa em desatino... sou as palavras sem destino... voando pela goela... sou a alma que berra... o sentimento insano... sou boneca de pano... na infancia da pobreza... sou o louco que grita... as verdades para a realeza... é sou eu... espelho torto do mundo, amor de Prometeu, fogo ao homem, fome de pássaro pontual e solução de caduceu...